Equipes de alto desempenho!
O que os porcos-espinhos têm a nos ensinar sobre equipes de alto desempenho?
A famosa fábula do porco-espinho de Schopenhauer, retrata o dilema enfrentado por um grupo de porcos-espinhos no inverno. Onde, na tentativa de aproximação deles, buscando se aquecerem e compartilharem o calor corporal, eles se deparavam com um impasse. Quanto mais próximo estavam um dos outros, mais eles se machucavam com seus próprios espinhos, então, afastavam-se, mas o frio voltava. Entre muitas tentativas frustradas de aproximação, os animais se deram por conta que a melhor opção era manter uma distância segura de seus colegas, nem tão longe, nem tão perto, e assim sobreviver ao rigoroso inverno.
Manfred Kets de Vries traz uma reflexão muito construtiva através desta fábula, onde aponta dinâmicas e estratégias úteis e eficazes para a construção de equipes/times de alto desempenho nas empresas. Aponta a necessidade do líder de estar atento as forças psicológicas sutis, que são capazes de sabotar a maneira como as equipes operam.
O autor levanta alguns questionamentos, referente a questão de grupos e times, suas diferenças e eficácias também. Pois, para o alto desempenho, é necessário montar um time, o líder necessita de um time, não um agrupamento de pessoas. Para criar um time, o líder precisa reunir uma coleção de indivíduos com personalidades distintas, e transforma-los em uma unidade integrada, eficiente e holística. Pois, os times têm relações de interdependências, com pessoas que possuem capacidade e habilidades complementares.
É necessário estabelecer um sentimento de pertença e de altruísmo nos integrantes do time, para que eles possam ter senso compartilhado de propósitos. A comunicação aberta e construtiva também é um grande diferencial dos times de alto desempenho. Entretanto, é necessário cuidado com informações pessoais e desnecessárias que são compartilhadas pois, times em organizações não são grupos de autoajuda.
Todo os seres humanos têm necessidade sociais, mas frequentemente somos repelidos pelas várias características dos outros, que nem sempre nos agradam ou vão de encontro as nossas características. A distância que os porcos-espinhos de Schopenhauer, finalmente, concluíram ser a única condição tolerável para a interação e a sobrevivência, nos aponta o movimento necessário que as equipes de trabalho também precisam realizar.
Nem tão próximo, nem tão longe. Esse enigma, que exalta nossa necessidade humana de sermos próximos, mas ao mesmo tempo, de sermos distantes, é um dos fatores fundamentais pelo qual as pessoas pensam ser difícil trabalhar em grupo, mas ao mesmo tempo, se bem elaborado e construído, esses espaços e essas interações tornam-se bem-sucedidas.
O trabalho em equipe é um elemento crucial para a eficiência das organizações.
“Ninguém entre nós é tão esperto quanto todos nós juntos”.
Provérbio Japonês
Texto elaborado com base no livro – “O Efeito Porco-Espinho”, de Manfred F. R. Kets de Vries – 2013.